terça-feira, 6 de abril de 2010

A casa da minha "Ôma" - 9 - colheitas


Muito se trabalhava nessas terras. O tamanho delas denotava o trabalho que davam. Minha ôma capinava horta, juntava e carregava nas costas fardos e mais fardos de trato para as duas vaquinhas dela, bem longe da casa, na roça. Costumava acompanhá-la por esses caminhos até a roça, era uma picada estreita, ladeada de capim e florzinhas lilases e que ao final tinha uma imensa goiabeira onde gostava de subir e olhar o trabalho da ôma, a cortar mato e formar fardos. Ela costumava fazer um fardo pequeno prá eu carregar, como ela. Sentia-me útil e importante assim. Meus tios tinham muito mais gado prá cuidar, umas oito cabeças de gado e alguns cavalos e grandes plantações às quais eram aradas a cada semeadura, e colhidas em grandes mutirões. Muitas vezes, por diversão infantil, ajudava nessas colheitas. O que mais gostava era de fazer parar os cavalos no meio do serviço de arado. Era só gritar “ÔP!!” que eles paravam automaticamente, era o êxtase!! Meu tio Rainold é que ficava uma fera comigo, pois atrapalhava o andamento dos trabalhos. Aí, lá pelas 9:00 hs da manhã comíamos o Früeschtück (lanche), sob a sombra de pés de tangerina ou das pereiras, em silêncio, admirando toda aquela beleza de terras, agradecendo à Deus pela fartura com simplicidade que abundava naquele lugar.

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terça-feira, 6 de abril de 2010

A casa da minha "Ôma" - 9 - colheitas


Muito se trabalhava nessas terras. O tamanho delas denotava o trabalho que davam. Minha ôma capinava horta, juntava e carregava nas costas fardos e mais fardos de trato para as duas vaquinhas dela, bem longe da casa, na roça. Costumava acompanhá-la por esses caminhos até a roça, era uma picada estreita, ladeada de capim e florzinhas lilases e que ao final tinha uma imensa goiabeira onde gostava de subir e olhar o trabalho da ôma, a cortar mato e formar fardos. Ela costumava fazer um fardo pequeno prá eu carregar, como ela. Sentia-me útil e importante assim. Meus tios tinham muito mais gado prá cuidar, umas oito cabeças de gado e alguns cavalos e grandes plantações às quais eram aradas a cada semeadura, e colhidas em grandes mutirões. Muitas vezes, por diversão infantil, ajudava nessas colheitas. O que mais gostava era de fazer parar os cavalos no meio do serviço de arado. Era só gritar “ÔP!!” que eles paravam automaticamente, era o êxtase!! Meu tio Rainold é que ficava uma fera comigo, pois atrapalhava o andamento dos trabalhos. Aí, lá pelas 9:00 hs da manhã comíamos o Früeschtück (lanche), sob a sombra de pés de tangerina ou das pereiras, em silêncio, admirando toda aquela beleza de terras, agradecendo à Deus pela fartura com simplicidade que abundava naquele lugar.

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