segunda-feira, 15 de outubro de 2012

...E O MARIDO VAI VIAJAR...

Postei isso um dia numa comunidade de esposas de militar da Marinha, e parece que gostaram, é a abertura do tópico "E o marido (noivo, namorido) vai viajar..." Fala das agruras e delícias da família de militar, seus lados bons e ruins: E O MARIDO VAI VIAJAR (NO CASO, DE NAVIO...POR DIAS E DIAS, ÀS VEZES MESES!) É UMA NOTÍCIA DE ARREPIAR, NÃO? MAS EXISTEM OS LADOS BONS E RUINS. OS BONS: O DINDIN, A CASA FICA ARRUMADA, A GELADEIRA CHEIA, SOMOS DONAS DO CONTROLE REMOTO NOVAMENTE, A CERVEJA É SÓ NOSSA, O CARTÃO DE CRÉDITO LIBERADO, PODER FICAR O SÁBADO TODO NO SHOPPING VENDO VITRINE SEM TER QUE SE PREOCUPAR COM HORA DE ALMOÇO (FILHO COME NO MC DONALD´S, FELICÍSSIMO), NEM COM ROUPA LAVADA E PASSADA (NO CASO, MACACÃO E FARDA), AÍ O COMPUTADOR (INTERNET) É SÓ NOSSO, O CARRO TAMBÉM, E QUANDO CHEGA DE VIAGEM É UM "AMOR LOUCO E SELVAGEM", ...E POR AÍ VAI... O LADO RUIM: O "AMOR LOUCO E SELVAGEM" DO RETORNO SÓ DURA 1 DIA, FILHO COM SAUDADE FICA COM FEBRE, NÃO TER QUEM LEVE O LIXO PRÁ RUA, A CAMA FICA FRIA E ESPAÇOSA DEMAIS, A CASA FICA IMENSA E VAZIA, A "PULGA ATRÁS DA ORELHA" É CONSTANTE, A FALTA DE NOTÍCIAS, A SAUDADE, A "SECA", ENFIM, VIAGEM DE MARIDO (NAMORADO) É COISA DE CRIAR EXPECTATIVAS, BOAS E RUINS. CADA QUAL PESE OS SEUS LADOS, DEPENDENDO DO AMOR E DA FALTA QUE NOS FAZ ESSE MILITAR QUE ESCOLHEMOS PARA TER AO NOSSO LADO.

O PUDIM DE NATAL

O Pudim de Natal
Tinha muito gosto quando meus pais decidiam querer visitar os primos de Ibirama, melhor, meu coração disparava de contentamento! Os Harbs eram parentes diretos de minha mãe, e de tudo que lembro das temporadas passadas por lá, era simplesmente onde eu mais me divertia na vida. Tinha uma prima (Ilca)e três primos (Ivo, Inor e Guinter) que parecia terem sido feitos da mesma química que eu, pois era bom demais estar com eles, brincando ou simplesmente conversando, era tudo de uma sintonia desconcertante, peças de uma engrenagem perfeitamente ajustada, como irmãos de pais diferentes. Quanto mais tempo ficava com eles, mais tempo queria estar. Meus tios eram mestres na arte de receber, apesar da vida simples e da casa modesta, éramos recebidos como reis, entre abraços e lágrimas de alegria genuína, e sempre com mesa farta. A casa, na verdade, era funcional, dos patrões do meu tio Ingo, funcionário mais antigo da serraria “Jost”. Ficava num terreno nos fundos das pilhas de madeira da serraria. Aquela madeira, simetricamente empilhada em vários lotes numerados, serviu por toda nossa infância como esconderijo nas brincadeiras de pique-esconde e hoje, onde quer que eu vá e sinta o cheiro de farelo de madeira, me transporto para aqueles tempos, para aquela casa, para a companhia dos meus primos. Dessa vez, a visita era muito mais especial, pois estávamos próximos ao Natal e nesse ano as festas seriam passadas lá. Felicidade plena prá mim!!! Chegamos num sábado à tarde, 23 de dezembro, aniversário do meu pai. Como o rio passava nos fundos da casa, meu tio sabendo da nossa vinda (pois minha mãe havia mandado carta com antecedência avisando da nossa chegada), já estava tarrafeando com meus primos pelas margens do rio com a velha canoa feita por ele mesmo, na pequena oficina que tinha nos fundos da casa. Estavam em busca dos cascudos grandes, carnudos, peixes de sabor suave, sem espinhas, que ele sabia, todos adoravam. À noite, a peixada estava garantida, e nesse dia foi um jantar especial em comemoração ao aniversário do meu pai. Quando ele chegou com a rede cheia de peixes, a alegria estava completa. Minha tia fritava os cascudos envoltos em farinha de mandioca, no fogão à lenha e nós, esfomeados por uma tarde inteira de brincadeiras, esperávamos com a barriga roncando, a hora de saborear essa iguaria, com muito caldo de cascudo, pirão branco e arroz. A conversa ao redor da mesa era animada e cheia de novidades. A árvore de Natal já estava montada na sala, repleta de bolinhas de vidro coloridas e floquinhos de algodão. Depois da janta, sentávamos no chão da sala prá ficarmos admirando aquela árvore simples, mas de tanto valor para nosso espírito infantil. Foi quando minha tia anunciou que na noite da véspera de Natal faria o seu famoso Pudim de Framboesas com molho de creme holandês. Um grande e retumbante ÔBAAAAAA soou na sala, pois sabíamos o que esse “framboesas” significava, e minha tia ria do nosso contentamento, pois esse pudim era receita de família e só era feito em grandes ocasiões. Para meus tios, as nossas visitas, o aniversário de meu pai daquele ano e o Natal significavam essas datas especiais. Como era bom ser tão querido assim... Quando acordei na véspera de Natal, a cozinha já estava funcionando à pleno vapor, panelas fumegantes cheias de batatas, macarrão caseiro, beterrabas para os picles, tudo estava em andamento em aromas que só se sentiam numa data como esta. Um grande peru ardia no forno, e a forma do famoso pudim já estava untada com açúcar cristal, pronta para receber os ingredientes. A água do banho-maria também já estava esquentando e o melhor ingrediente, as framboesas, ainda estavam por ser colhidas, e isso era o que de melhor estava por vir nessa manhã. Significava que podíamos pegar as bicicletas no rancho e ir até a chácara do tio Rudolf colher as frutinhas mágicas, aquelas que abrilhantariam nossa mesa de Natal em forma de uma magnífica sobremesa. Tinham que ser colhidas frescas, para o sucesso da empreitada. E com o coração na boca de ansiedade, colocávamos sacolinhas no guidom das bicicletas e saíamos para a missão. Ah, como era bom percorrer com liberdade aquele caminho quase deserto às margens do rio! Se Papai Noel não viesse hoje, aquela colheita já seria meu presente de Natal, tamanho o prazer que era dominar uma geringonça daquelas numa estradinha de terra que mais parecia um tapete, ladeada por paisagens de tirar o fôlego, sentir o vento nos cabelos. Era seguida pela minha prima e primos, como loucos, em gritaria de plena felicidade. Ficávamos em êxtase, o dia era mágico, tudo o que acontecesse seria de pura alegria, todas as cores do mundo passariam pelos nossos olhos e corações, numa vibração de plenitude. Como era bom ser criança e poder ver a vida com essa simplicidade, ser feliz com tão pouca coisa. Mas enfim, chegamos à chácara. Abrimos a grande porteira e deixamos as bicicletas encostadas nos mourões de madeira da cerca e adentramos a chácara à pé. Logo avistamos lá longe, a casa de tijolinhos, com a chaminé fumegando, provavelmente nos preparativos da ceia de Natal também. O tio Rudolf não estava em casa, tinha ido na venda comprar anzóis e nos avisado em casa mais cedo, mas deixara recado sobre a nossa vinda e propósitos. Como meus primos já sabiam onde ficava a plantação, de longe deram um aceno para alguém que estava na varanda, prováveis visitas para o Natal daquela casa, no que foram correspondidos e nos dirigimos prá lá, com as nossas sacolas. Passamos por plantações de videiras, aipim, milho, batatas-doces e amendoim. Um grande pé de nêsperas à nossa frente nos convidava a provar de seus frutos, com seus grandes cachos pendendo à nosso alcance. Sentamos um pouco para descansar, pois o caminho era ladeira acima, e nos fartamos com as nêsperas madurinhas. As framboesas ficavam um pouco mais adiante. Poucos passos e já podíamos avistar a longa fileira de parreiras com seus frutos arroxeados pendendo entre suas folhas. Que maravilha! Sacamos de nossas sacolas e começamos a colhê-las, com o cuidado de não deixar cair nas roupas, pois manchavam facilmente. Depois de colher e comer, óbvio, voltamos calmamente pelo mesmo caminho, saudamos a mesma pessoa da varanda e seguimos para nossas “Monaretas” dos anos 70. Prá mim, andar de bicicleta, era uma felicidade à parte porque eu nunca tive bicicleta, apenas um triciclo que foi roubado quando ainda não tinha 5 anos. Aprendi à me equilibrar na “magrela” com amigas da rua. A volta prá casa eu queria curtir mais, pedalar mais devagar para saborear cada metro da paisagem, absorver toda a energia possível daquele dia perfeito. Adorava ver as floreiras repletas de gerânios róseos e vermelhos nas janelas nas casas de tijolinhos à vista e seus jardins, o gado ruminando calmamente atrás das cercas de arame farpado com seus mourões musguentos, o rio que corria sereno ao nosso lado, ouvir o canto dos pássaros, avistar as suaves colinas esmeralda, de pastagens cheias de alvas ovelhinhas, as majestosas árvores centenárias, aquela paisagem toda que felizmente nunca mudava e que me deixava sempre deslumbrada cada vez que ia lá. Mais algumas centenas de metros de diversão e estávamos em casa, com sacolas abarrotadas de frutas. Minha tia que já nos esperava, bateu o creme com as frutas e despejou na forma, que foi direto para o forno, junto ao peru. O creme holandês era feito à parte. Ainda tivemos tempo para um rápido e divertido banho de rio e almoçamos. Que manhã ensolarada fora essa. Esse era o verdadeiro sol da vida. Estar com quem amamos, num lugar tão espetacular, repleto de belezas, e em plena véspera de Natal... como poderíamos ser mais felizes? Mas quando se é criança, as sequências de momentos felizes são feitas de pequeníssimos intervalos, e a noite de NATAL chegara. Mal tivemos tempo de nos recuperar daquela manhã magnífica e já estava a noite nos esperando com mais golpes de felicidade. Como conter no peito tanto sentimento? As velas da árvore de Natal foram acesas, enquanto cantávamos canções natalinas alemãs, nos entreolhando com cumplicidade e carinho, e os poucos e simples presentes eram distribuídos por um Papai Noel bem suspeito, pois meu tio sumira antes e aparecera depois da passagem do bom velhinho... e a hora da ceia nos trazia ao ato final e triunfante do dia. Ceia com mesa cheia e alegre, servida de arroz, macarronada caseira, salada de batatas, picles, o peru esplendidamente assado e recheado, e os pequenos e roxos frutos da nossa “colheita feliz” transformados orgulhosamente num rosado e reluzente Pudim de Natal. Como ponto alto da festa, estava lá, tombado sobre um belo prato de porcelana, com o molho holandês a escorrer-lhe pelos flancos, era tudo um espetáculo para os olhos, paladar e espírito! E o pisca-pisca na varanda nos fazendo lembrar que aquilo não era um sonho, que estávamos entre pessoas que amávamos, em volta de uma mesa, celebrando a união, a saúde, em plena harmonia e comunhão, exatamente como Cristo gostaria que fosse sua festa de aniversário. A felicidade reside em momentos simples, tornados especiais por pessoas especiais. Tenhamos a capacidade de ajustar o foco neles e buscar nos pequenos acontecimentos o entendimento sobre esse presente de Deus para nós, A VIDA! E essa vida pode ter gosto de mel e fruta tirada do pé. Pois é nas coisas simples que mora a nossa essência perdida. Encontros, sorrisos, pequenas gentilezas, natureza, abraço, agradecimento, amizade, reconhecimento, sentimentos puros, tudo é de graça, e o que é mais simples e singelo, nos traz mais perto do Criador. Louvemos a Cristo e Feliz Natal!!

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Pérolas do facebook...

lembram dos bueiros assassinos do dentro do Rio?


mais um de reciclagem








niver de etílicos, rsrsrs

Excelente idéia para reciclagem de artigos de informática




Acabaram com a nossa Ilusão...C3PO não era robô...

Agostinho no Vila 3 - em Alcântara, kkkkkkkkkkk



Hora de reverenciar meu time do coração!!!

Sou tricolor de coração. Sou do clube tantas vezes campeão. Fascina pela sua disciplina,O fluminense me domina.Eu tenho amor ao tricolor!
Salve o querido pavilhão, Das três cores que traduzem tradição:
A paz, a esperança e o vigor. Unido e forte pelo esporte, Eu sou é tricolor!.....

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

FELIZ 2012...


DOIS MIL E DOCE PRÁ TODO MUNDO!!!!


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

...E O MARIDO VAI VIAJAR...

Postei isso um dia numa comunidade de esposas de militar da Marinha, e parece que gostaram, é a abertura do tópico "E o marido (noivo, namorido) vai viajar..." Fala das agruras e delícias da família de militar, seus lados bons e ruins: E O MARIDO VAI VIAJAR (NO CASO, DE NAVIO...POR DIAS E DIAS, ÀS VEZES MESES!) É UMA NOTÍCIA DE ARREPIAR, NÃO? MAS EXISTEM OS LADOS BONS E RUINS. OS BONS: O DINDIN, A CASA FICA ARRUMADA, A GELADEIRA CHEIA, SOMOS DONAS DO CONTROLE REMOTO NOVAMENTE, A CERVEJA É SÓ NOSSA, O CARTÃO DE CRÉDITO LIBERADO, PODER FICAR O SÁBADO TODO NO SHOPPING VENDO VITRINE SEM TER QUE SE PREOCUPAR COM HORA DE ALMOÇO (FILHO COME NO MC DONALD´S, FELICÍSSIMO), NEM COM ROUPA LAVADA E PASSADA (NO CASO, MACACÃO E FARDA), AÍ O COMPUTADOR (INTERNET) É SÓ NOSSO, O CARRO TAMBÉM, E QUANDO CHEGA DE VIAGEM É UM "AMOR LOUCO E SELVAGEM", ...E POR AÍ VAI... O LADO RUIM: O "AMOR LOUCO E SELVAGEM" DO RETORNO SÓ DURA 1 DIA, FILHO COM SAUDADE FICA COM FEBRE, NÃO TER QUEM LEVE O LIXO PRÁ RUA, A CAMA FICA FRIA E ESPAÇOSA DEMAIS, A CASA FICA IMENSA E VAZIA, A "PULGA ATRÁS DA ORELHA" É CONSTANTE, A FALTA DE NOTÍCIAS, A SAUDADE, A "SECA", ENFIM, VIAGEM DE MARIDO (NAMORADO) É COISA DE CRIAR EXPECTATIVAS, BOAS E RUINS. CADA QUAL PESE OS SEUS LADOS, DEPENDENDO DO AMOR E DA FALTA QUE NOS FAZ ESSE MILITAR QUE ESCOLHEMOS PARA TER AO NOSSO LADO.

O PUDIM DE NATAL

O Pudim de Natal
Tinha muito gosto quando meus pais decidiam querer visitar os primos de Ibirama, melhor, meu coração disparava de contentamento! Os Harbs eram parentes diretos de minha mãe, e de tudo que lembro das temporadas passadas por lá, era simplesmente onde eu mais me divertia na vida. Tinha uma prima (Ilca)e três primos (Ivo, Inor e Guinter) que parecia terem sido feitos da mesma química que eu, pois era bom demais estar com eles, brincando ou simplesmente conversando, era tudo de uma sintonia desconcertante, peças de uma engrenagem perfeitamente ajustada, como irmãos de pais diferentes. Quanto mais tempo ficava com eles, mais tempo queria estar. Meus tios eram mestres na arte de receber, apesar da vida simples e da casa modesta, éramos recebidos como reis, entre abraços e lágrimas de alegria genuína, e sempre com mesa farta. A casa, na verdade, era funcional, dos patrões do meu tio Ingo, funcionário mais antigo da serraria “Jost”. Ficava num terreno nos fundos das pilhas de madeira da serraria. Aquela madeira, simetricamente empilhada em vários lotes numerados, serviu por toda nossa infância como esconderijo nas brincadeiras de pique-esconde e hoje, onde quer que eu vá e sinta o cheiro de farelo de madeira, me transporto para aqueles tempos, para aquela casa, para a companhia dos meus primos. Dessa vez, a visita era muito mais especial, pois estávamos próximos ao Natal e nesse ano as festas seriam passadas lá. Felicidade plena prá mim!!! Chegamos num sábado à tarde, 23 de dezembro, aniversário do meu pai. Como o rio passava nos fundos da casa, meu tio sabendo da nossa vinda (pois minha mãe havia mandado carta com antecedência avisando da nossa chegada), já estava tarrafeando com meus primos pelas margens do rio com a velha canoa feita por ele mesmo, na pequena oficina que tinha nos fundos da casa. Estavam em busca dos cascudos grandes, carnudos, peixes de sabor suave, sem espinhas, que ele sabia, todos adoravam. À noite, a peixada estava garantida, e nesse dia foi um jantar especial em comemoração ao aniversário do meu pai. Quando ele chegou com a rede cheia de peixes, a alegria estava completa. Minha tia fritava os cascudos envoltos em farinha de mandioca, no fogão à lenha e nós, esfomeados por uma tarde inteira de brincadeiras, esperávamos com a barriga roncando, a hora de saborear essa iguaria, com muito caldo de cascudo, pirão branco e arroz. A conversa ao redor da mesa era animada e cheia de novidades. A árvore de Natal já estava montada na sala, repleta de bolinhas de vidro coloridas e floquinhos de algodão. Depois da janta, sentávamos no chão da sala prá ficarmos admirando aquela árvore simples, mas de tanto valor para nosso espírito infantil. Foi quando minha tia anunciou que na noite da véspera de Natal faria o seu famoso Pudim de Framboesas com molho de creme holandês. Um grande e retumbante ÔBAAAAAA soou na sala, pois sabíamos o que esse “framboesas” significava, e minha tia ria do nosso contentamento, pois esse pudim era receita de família e só era feito em grandes ocasiões. Para meus tios, as nossas visitas, o aniversário de meu pai daquele ano e o Natal significavam essas datas especiais. Como era bom ser tão querido assim... Quando acordei na véspera de Natal, a cozinha já estava funcionando à pleno vapor, panelas fumegantes cheias de batatas, macarrão caseiro, beterrabas para os picles, tudo estava em andamento em aromas que só se sentiam numa data como esta. Um grande peru ardia no forno, e a forma do famoso pudim já estava untada com açúcar cristal, pronta para receber os ingredientes. A água do banho-maria também já estava esquentando e o melhor ingrediente, as framboesas, ainda estavam por ser colhidas, e isso era o que de melhor estava por vir nessa manhã. Significava que podíamos pegar as bicicletas no rancho e ir até a chácara do tio Rudolf colher as frutinhas mágicas, aquelas que abrilhantariam nossa mesa de Natal em forma de uma magnífica sobremesa. Tinham que ser colhidas frescas, para o sucesso da empreitada. E com o coração na boca de ansiedade, colocávamos sacolinhas no guidom das bicicletas e saíamos para a missão. Ah, como era bom percorrer com liberdade aquele caminho quase deserto às margens do rio! Se Papai Noel não viesse hoje, aquela colheita já seria meu presente de Natal, tamanho o prazer que era dominar uma geringonça daquelas numa estradinha de terra que mais parecia um tapete, ladeada por paisagens de tirar o fôlego, sentir o vento nos cabelos. Era seguida pela minha prima e primos, como loucos, em gritaria de plena felicidade. Ficávamos em êxtase, o dia era mágico, tudo o que acontecesse seria de pura alegria, todas as cores do mundo passariam pelos nossos olhos e corações, numa vibração de plenitude. Como era bom ser criança e poder ver a vida com essa simplicidade, ser feliz com tão pouca coisa. Mas enfim, chegamos à chácara. Abrimos a grande porteira e deixamos as bicicletas encostadas nos mourões de madeira da cerca e adentramos a chácara à pé. Logo avistamos lá longe, a casa de tijolinhos, com a chaminé fumegando, provavelmente nos preparativos da ceia de Natal também. O tio Rudolf não estava em casa, tinha ido na venda comprar anzóis e nos avisado em casa mais cedo, mas deixara recado sobre a nossa vinda e propósitos. Como meus primos já sabiam onde ficava a plantação, de longe deram um aceno para alguém que estava na varanda, prováveis visitas para o Natal daquela casa, no que foram correspondidos e nos dirigimos prá lá, com as nossas sacolas. Passamos por plantações de videiras, aipim, milho, batatas-doces e amendoim. Um grande pé de nêsperas à nossa frente nos convidava a provar de seus frutos, com seus grandes cachos pendendo à nosso alcance. Sentamos um pouco para descansar, pois o caminho era ladeira acima, e nos fartamos com as nêsperas madurinhas. As framboesas ficavam um pouco mais adiante. Poucos passos e já podíamos avistar a longa fileira de parreiras com seus frutos arroxeados pendendo entre suas folhas. Que maravilha! Sacamos de nossas sacolas e começamos a colhê-las, com o cuidado de não deixar cair nas roupas, pois manchavam facilmente. Depois de colher e comer, óbvio, voltamos calmamente pelo mesmo caminho, saudamos a mesma pessoa da varanda e seguimos para nossas “Monaretas” dos anos 70. Prá mim, andar de bicicleta, era uma felicidade à parte porque eu nunca tive bicicleta, apenas um triciclo que foi roubado quando ainda não tinha 5 anos. Aprendi à me equilibrar na “magrela” com amigas da rua. A volta prá casa eu queria curtir mais, pedalar mais devagar para saborear cada metro da paisagem, absorver toda a energia possível daquele dia perfeito. Adorava ver as floreiras repletas de gerânios róseos e vermelhos nas janelas nas casas de tijolinhos à vista e seus jardins, o gado ruminando calmamente atrás das cercas de arame farpado com seus mourões musguentos, o rio que corria sereno ao nosso lado, ouvir o canto dos pássaros, avistar as suaves colinas esmeralda, de pastagens cheias de alvas ovelhinhas, as majestosas árvores centenárias, aquela paisagem toda que felizmente nunca mudava e que me deixava sempre deslumbrada cada vez que ia lá. Mais algumas centenas de metros de diversão e estávamos em casa, com sacolas abarrotadas de frutas. Minha tia que já nos esperava, bateu o creme com as frutas e despejou na forma, que foi direto para o forno, junto ao peru. O creme holandês era feito à parte. Ainda tivemos tempo para um rápido e divertido banho de rio e almoçamos. Que manhã ensolarada fora essa. Esse era o verdadeiro sol da vida. Estar com quem amamos, num lugar tão espetacular, repleto de belezas, e em plena véspera de Natal... como poderíamos ser mais felizes? Mas quando se é criança, as sequências de momentos felizes são feitas de pequeníssimos intervalos, e a noite de NATAL chegara. Mal tivemos tempo de nos recuperar daquela manhã magnífica e já estava a noite nos esperando com mais golpes de felicidade. Como conter no peito tanto sentimento? As velas da árvore de Natal foram acesas, enquanto cantávamos canções natalinas alemãs, nos entreolhando com cumplicidade e carinho, e os poucos e simples presentes eram distribuídos por um Papai Noel bem suspeito, pois meu tio sumira antes e aparecera depois da passagem do bom velhinho... e a hora da ceia nos trazia ao ato final e triunfante do dia. Ceia com mesa cheia e alegre, servida de arroz, macarronada caseira, salada de batatas, picles, o peru esplendidamente assado e recheado, e os pequenos e roxos frutos da nossa “colheita feliz” transformados orgulhosamente num rosado e reluzente Pudim de Natal. Como ponto alto da festa, estava lá, tombado sobre um belo prato de porcelana, com o molho holandês a escorrer-lhe pelos flancos, era tudo um espetáculo para os olhos, paladar e espírito! E o pisca-pisca na varanda nos fazendo lembrar que aquilo não era um sonho, que estávamos entre pessoas que amávamos, em volta de uma mesa, celebrando a união, a saúde, em plena harmonia e comunhão, exatamente como Cristo gostaria que fosse sua festa de aniversário. A felicidade reside em momentos simples, tornados especiais por pessoas especiais. Tenhamos a capacidade de ajustar o foco neles e buscar nos pequenos acontecimentos o entendimento sobre esse presente de Deus para nós, A VIDA! E essa vida pode ter gosto de mel e fruta tirada do pé. Pois é nas coisas simples que mora a nossa essência perdida. Encontros, sorrisos, pequenas gentilezas, natureza, abraço, agradecimento, amizade, reconhecimento, sentimentos puros, tudo é de graça, e o que é mais simples e singelo, nos traz mais perto do Criador. Louvemos a Cristo e Feliz Natal!!

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Pérolas do facebook...

lembram dos bueiros assassinos do dentro do Rio?


mais um de reciclagem








niver de etílicos, rsrsrs

Excelente idéia para reciclagem de artigos de informática




Acabaram com a nossa Ilusão...C3PO não era robô...

Agostinho no Vila 3 - em Alcântara, kkkkkkkkkkk



Hora de reverenciar meu time do coração!!!

Sou tricolor de coração. Sou do clube tantas vezes campeão. Fascina pela sua disciplina,O fluminense me domina.Eu tenho amor ao tricolor!
Salve o querido pavilhão, Das três cores que traduzem tradição:
A paz, a esperança e o vigor. Unido e forte pelo esporte, Eu sou é tricolor!.....

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

FELIZ 2012...


DOIS MIL E DOCE PRÁ TODO MUNDO!!!!