terça-feira, 6 de abril de 2010

A casa da minha "Ôma" - 10 - Travessuras


Lembro da minha maior travessura daqueles tempos. A vítima, novamente, foi meu tio Rainold, ou melhor, no final fui eu...
Meu tio cuidava com esmero especial de uma parreira de uvas no seu quintal. Era uma parreira espetacular, com lindos cachos de uvas verdes pendurados, quase uma pintura, um quadro de natureza-morta. Um dia, não sei por que cargas d´água, eu e minha amiga Magrit Braatz resolvemos cortar todos os cachos de uvas dessa parreira, e, escondidas na roça da ôma, ficamos comendo as uvas verdes, bem longe de todos. O detalhe é que as uvas ainda estavam muito verdes, mas comemos alguns cachos mesmo assim. O resto jogamos fora, pois era muita coisa para comer e estavam muito azedas. Quando voltamos, a confusão já estava armada no sítio. Meu tio colerizado, minha mãe e a ôma tentando acalmá-lo, e todos tentando descobrir o malfeitor, o mentor dessa façanha. Minha mãe me interpelou e eu neguei veementemente, por medo. Ela também achou que não tinha sido eu, pois nunca fora de mentir nem de fazer tamanha travessura. Então, estava acima de qualquer suspeita. Mas eis que a noite chegou, com suas estrelas, grilos e vaga-lumes. E eu, muito enjoada, nauseada. Ninguém entendia esse mal-estar (devia ser a consciência pesada). Foi quando minha ôma me colocou na cama e eu não agüentando mais, vomitei. E lá estavam as uvas do meu tio, verdinhas, quase inteiras, no chão do quarto, no meio do vômito. Morri de vergonha perante minha mãe e minha ôma. Tive que confessar à elas o delito e pedir perdão ao meu tio. Ele ficou de mal comigo um tempo, mas depois ele teve que passar outro sufoco comigo. Coitado... Foi no dia em que a máquina de cortar trato virou sobre mim. Todos estavam naquela conversa de fim de tarde de sempre, jantando, mas eu, afoita por ajudar meu tio que não estava no estábulo, fui cortar o trato sozinha para fazer uma surpresa à ele quando chegasse. Não deu outra, no entusiasmo de virar aquela roda imensa, veio tudo por cima de mim. A máquina era grande, mas por sorte, era mecânica, movida manualmente. Foi aquela gritaria, minha e de todo mundo. Mais uma travessura homérica.
Teve o dia em que eu e, novamente minha amiga Magrit, resolvemos capturar todos os sapos do mundo num saco (prá que isso??). Por todos os lados havia sapos-boi dormindo em algum canto. Nos estábulos, sob a casa, entre folhagens, troncos ocos, no pasto, no rancho. Acho que capturamos uns 30 sapos no saco, naquele dia. Consigo sentir hoje, a euforia de pegar cada sapo, era uma gritaria só, mas...muito divertido!!... E como não estávamos satisfeitas apenas em capturá-los, resolvemos soltá-los todos no meio da parentada reunida. Era gente pulando prá todo lado e nós, certamente, levamos aquela “sapecada” de nossas mães. Depois dessa, sosseguei, para alívio do meu tio e de todos.

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terça-feira, 6 de abril de 2010

A casa da minha "Ôma" - 10 - Travessuras


Lembro da minha maior travessura daqueles tempos. A vítima, novamente, foi meu tio Rainold, ou melhor, no final fui eu...
Meu tio cuidava com esmero especial de uma parreira de uvas no seu quintal. Era uma parreira espetacular, com lindos cachos de uvas verdes pendurados, quase uma pintura, um quadro de natureza-morta. Um dia, não sei por que cargas d´água, eu e minha amiga Magrit Braatz resolvemos cortar todos os cachos de uvas dessa parreira, e, escondidas na roça da ôma, ficamos comendo as uvas verdes, bem longe de todos. O detalhe é que as uvas ainda estavam muito verdes, mas comemos alguns cachos mesmo assim. O resto jogamos fora, pois era muita coisa para comer e estavam muito azedas. Quando voltamos, a confusão já estava armada no sítio. Meu tio colerizado, minha mãe e a ôma tentando acalmá-lo, e todos tentando descobrir o malfeitor, o mentor dessa façanha. Minha mãe me interpelou e eu neguei veementemente, por medo. Ela também achou que não tinha sido eu, pois nunca fora de mentir nem de fazer tamanha travessura. Então, estava acima de qualquer suspeita. Mas eis que a noite chegou, com suas estrelas, grilos e vaga-lumes. E eu, muito enjoada, nauseada. Ninguém entendia esse mal-estar (devia ser a consciência pesada). Foi quando minha ôma me colocou na cama e eu não agüentando mais, vomitei. E lá estavam as uvas do meu tio, verdinhas, quase inteiras, no chão do quarto, no meio do vômito. Morri de vergonha perante minha mãe e minha ôma. Tive que confessar à elas o delito e pedir perdão ao meu tio. Ele ficou de mal comigo um tempo, mas depois ele teve que passar outro sufoco comigo. Coitado... Foi no dia em que a máquina de cortar trato virou sobre mim. Todos estavam naquela conversa de fim de tarde de sempre, jantando, mas eu, afoita por ajudar meu tio que não estava no estábulo, fui cortar o trato sozinha para fazer uma surpresa à ele quando chegasse. Não deu outra, no entusiasmo de virar aquela roda imensa, veio tudo por cima de mim. A máquina era grande, mas por sorte, era mecânica, movida manualmente. Foi aquela gritaria, minha e de todo mundo. Mais uma travessura homérica.
Teve o dia em que eu e, novamente minha amiga Magrit, resolvemos capturar todos os sapos do mundo num saco (prá que isso??). Por todos os lados havia sapos-boi dormindo em algum canto. Nos estábulos, sob a casa, entre folhagens, troncos ocos, no pasto, no rancho. Acho que capturamos uns 30 sapos no saco, naquele dia. Consigo sentir hoje, a euforia de pegar cada sapo, era uma gritaria só, mas...muito divertido!!... E como não estávamos satisfeitas apenas em capturá-los, resolvemos soltá-los todos no meio da parentada reunida. Era gente pulando prá todo lado e nós, certamente, levamos aquela “sapecada” de nossas mães. Depois dessa, sosseguei, para alívio do meu tio e de todos.

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